Apêndice C: Definição e método de
teologia do Antigo Testamento
Capítulo 1: A importância da
definição e da metodologia
Kaiser
começa com um breve histórico acerca da definição e método da teologia bíblica.
Ele cita que desde 1993 a teologia bíblica ocupa um lugar eminente no campo dos
estudos teológicos. No entanto, afirma o autor, alguns teólogos como Langdon B.
Gilkey e James Barr produziram, cada, um ensaio que atacou o coração do
Movimento de Teologia Bíblica quando desmascarou sua dividida posição entre
modernismo e Escrituras. Estes autores concluíram que esse movimento
permanecera dentro das categorias do liberalismo. Mesmo assim, continua o
autor, a busca de uma terceira alternativa era a tentativa de reter aquilo que
todos, menos os conservadores concordavam: o resultado assegurado da crítica
das fontes. Porém, cita Kaiser, o lançamento das obras de Walther Eichrodt e
Gerhard Von Rad anunciaram a ominosa reversão ao tipo de estudo que tratava
unicamente da história da religião de Israel.
Segundo
Kaiser, ficou óbvio que a era pós-Von Rad estava entregue a uma grande medida
de auto análise, e alguns problemas reais de metodologia haviam ficado sem
soluçaõ. Vários autores, citados pelo dr. Kaiser, se lançaram com propostas de
teologias do Antigo Testamento.
O
dr. Kaiser, então, questiona: onde estamos agora? Ele afirma que algumas coisas
podem ser respondidas, coisas essas que se tornaram bastante claras. O autor
afirma que, de fato, se há alguma mudança a ser observada é a de que a
autoridade das Escrituras foi desprezada nesse período. Assim, ao analisar os
trinta anos de história da teologia bíblica, Kaiser afirma que pode-se
verificar o ensino de algo: foi ressaltada a necessidade desesperada de uma
solução às questões não respondidas sobre deifinição, método e objeto para a
teologia do Antigo Testamento.
A natureza da teologia do Antigo
Testamento
Eichrodt,
segundo Kaiser, iniciou a dita “idade de ouro” com um ataque contra o
historicismo que reinava em seus dias ao afirmar que “a essencial coerência
interior do Antigo e do Novo Testamento foi reduzida, por assim dizer, a um
tênue fio de conexão histórica e sequência causal entre os dois”. Porém, em Von
Rad volta o historicismo quando este negou qualquer fundamento histórico
genuíno para a confissão de fé do povo de Israel no Senhor, como também mudou o
objeto de estudo teológico de um enfoque na Palavra de Deus e sua obra para
conceitos religiosos de Israel. Porém, Kaiser argumenta que se Von Rad estava
no caminho certo na abordagem diacrônica e longitudinal que dava atenção à
sequência cronológica do Antigo Testamento e de sua mensagem, Eichrodt também
estava parcialmente correto quando evidenciou que nenhuma teologia era possível
caso não houvesse alguns conceitos constantes ou normativos no decurso daquela
história.
O
dr. Kaiser afirma que o então do
texto antigo repentinamente tornou-se o agora
das necessidades do leitor atual, niguém sabendo como ou por qual processo. Ele
continua afirmando que em tais modelos, a fé moderna e a anunciação
contemporânea (Geschichte e querigma)
facilmente tomavam o lugar da história (Historie)
e da exegese. Kaiser cita, então, que se uma busca indutiva do registro do
Antigo Testamento revelar um padrão constante de eventos progressivos, com
significados e ensinamentos em que os evolvidos ficavam cônscios da
participação de cada evento selecionado num todo maior, então o caminho do progresso
da disciplina terá sido fixado. O autor ainda afirma que o texto deve ser,
primeiro, tratado de acordo com seus próprios termos. Assim, Kaiser insiste
que, se o registro bíblico tem licença para falar sua própria intenção em
primeiro lugar, isso claramente indica um progresso, crescimento,
desenvolvimento, movimento, revelações irregulares e esporádicas de
significado, e seleções de eventos no pleno fluxo de correntes históricas. Ele
ainda argumenta que somente o embaraço de um espírito por demais refinado pela
modernidade se sentiria obrigado, por algum compromisso anterior a um princípio
filosófico ou a uma sociologia do conhecimento, a julgar impossíveis tais
reivindicações textuais mesmo antes de serem achadas culpadas com base em
cânones aceitáveis de evidência.
Kaiser
encerra esta sessão afirmando que a natureza da teologia do Antigo Testamento
não é unicamente uma teologia que está em conformidade com a Bíblia inteira,
mas é uma teologia descrita e contida na Bíblia e vinculada de forma consciente
de era em era, enquanto todo o contexto atecedente e mais antigo se torna a
base para a teologia que se seguia em cada era. Sua estrutura é organizada
historicamente, e seu conteúdo é controlado exegeticamente. Sua
conceitualização unificada e seu centro se acham em descrições, explanações e
conexões textuais.
O método de teologia do Antigo
Testamento
Kaiser
cita e apresenta quatro tipos principais de métodos para a formação da teologia
do Antigo Testamento. Partindo disso, ele questiona se há um tema ou plano
interno, persistente, distintivo e característico que demarcaria a preocupação
central do Antigo Testamento. Como resposta, o autor afirma que há sim um
centro ou plano interior com o qual cada escritor contribuía conscientemente.
Um princípio de seletividade já se percebia evidente e divinamente determinado
pela revelação rudimentar do tema divino da bênção – promessa para todos os
homens em todos os lugares.
Kaiser,
então, propõe que em sua metodologia, a teologia bíblica extrai a própria
estrutura de abordagem da progressão histórica do texto, e a seleção e as
conclusões teológicas são feitas a partir daquelas que se acham no enfoque
canônico, assim, concordando parcialmente com a metodologia do tipo diacrônico,
bem como a do tipo estrutural.
O escopo da teologia do Antigo
Testamento
O
dr. Kaiser começa esta sessão tecendo alguns questionamentos, como se deve-se
incluir matérias de fora do cânon do Antigo Testamento; se deve-se tentar
incluir todo o Antigo Testamento com todos os seus detalhes, ou pode
desenvolver-se algum tipo razoável de cobertura representativa que apresentará
os interesses de uma teologia total do Antigo Testamento.
Kaiser
responde a primeira pergunta afirmando que o escopo do seu estudo é
corretamente restrito aos livros canônicos da coleção judaica. O autor ressalta
que é necessário observar mais um fato: a teologia do Antigo Testamento é
disciplina legítima e distinta da teologia do Novo Testamento, porém, aquela
tendo a obrigação de indicar as vinculações com esta e vice-versa.
A motivação para a teologia do
Antigo Testamento
O
dr. Kaiser cita que com as fortunas críticas passando da abordagem puramente
descritiva à teologia bíblica, e com uma aproximação maior dos métodos de
estudo de história das religiões, a necessidade de estabelecer distinção entre
essas duas disciplinas é ainda mais urgente do que na luta anterior com a
teologia sistemática. Ele continua citando que em vez de descobrir uma parte
sobreposta nas áreas sistemáticas ou históricas, a teologia bíblica é uma ferramenta
dupla do exegeta. Que sua aplicação mais imediata está na área da hermenêutica.
Kaiser
finaliza sua argumentação discorrendo que o uso bem estudado dos resultados da
teologia bíblica marcará a mensagem permanente como estando fundamentada na
especificidade histórica. Dessa forma, a exegese terá os maiores benefícios dos
esforços da teologia bíblica, equanto, de maneira menos direta, a sistemática
também desejará consultar seus resultados com aqueles da teologia exegética, da
história do dogma, e da filosofia da religião.
João
Nelson.
Olá irmão, parabéns pelo seu resumo! Sabemos que é muito importante essa questão dos pressupostos de teólogos bíblicos, pois tem ocorrido uma variação grandiosa nos quesitos da definição e métodos teológicos. Diante de todas as variantes, Kaiser reforça que há solução para essas questões, mas para isso é preciso que os teólogos tirem seus próprios métodos definitivos e se voltem para os cânons, pois libertaria a disciplina da sua periódica escravidão às modas reinantes da filosofia. Parabéns joão Nelson por sua abordagem desse assunto.
ResponderExcluirmuito bem comentado! achei bem desenvolvido o pensamento, a organização dos pontos principais. Gerson Viana
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMuito bom comentário do nosso irmão João Nelson, bem elaborado e de entendimento acessível ao leitor que a prestigia. Parabéns Nelson pelo ótimo resumo.. MICHAEL HALYSSON - Pastor Luiz estou enviando pelo email do meu amigo flávio por que não consegui enviar pelo o meu.. grato.
ResponderExcluirMICHAEL HALYSSON