terça-feira, 18 de junho de 2013

Capítulo 15 – O plano da promessa e o reino de Deus

Resumido por Glairton Santiago

Os evangelhos de Mateus e Marcos (63-65 d.C.)

Neste capítulo, o autor inicia sua explanação comentando o fato de os três primeiros evangelhos serem considerados Evangelhos Sinóticos (do grego synopsis que significa “ver em conjunto”); são considerados parecidos em sua estrutura, conteúdo e tom, em contraste com o evangelho de João, entretanto, cada um deles seguindo um plano e propósitos próprios de abordagem.

O evangelho de Marcos: Jesus, um resgate para muitos
A autoria do livro que leva o nome de Marcos assim foi atribuída a partir de testemunhos antiquíssimos como o de Papias (bispo de hierápolis) em cerca de 125 d.C. e de Justino Mártir, por volta de 150 d.C. Ambos ensinaram que Marcos anotou as lembranças que Pedro tinha dos eventos que testemunhara como discípulo de Jesus. Segundo o autor, Marcos conheceu Barnabé e Pedro na igreja de Antioquia, em 46 d.C.

A vida de Cristo como resgate
O propósito deste evangelho era apresentar a Cristo como tendo sido  entregue por Deus, de algum modo, em “resgate de muitos” (Mc 10:45). Kaiser argumenta que Marcos, ao colocar essa declaração no coração do seu evangelho, o divide em duas partes: na primeira, o autor enfatiza o caráter de servo de jesus; na segunda, vê-se como cristo se movimenta incansavelmente até culminar com os eventos da Semana da Paixão.
Neste caminho, o autor continua dizendo que Marcos se atém ao ministério de Jesus e ao seu impacto sobre as pessoas.
Kaiser destaca que a palavra “resgate” estava associada, naquela época, ao preço pago pelos escravos libertos ou pelos que haviam sido reféns, faz a partir daí, uma analogia ao fato de Cristo ter dado sua vida em troca da libertação de outros; destaca, ainda, que este era o argumento de Marcos.

O reino de Deus
Nesta sessão do capítulo, Kaiser destaca o anúncio da chegada do reino de Deus, no começo do evangelho de Marcos. Continua dizendo que o evangelista apresenta esse reino em oposição direta a Satanás e seus emissários e destaca que é isso que torna surpreendente a humilhação de Cristo.
Quando do tempo da chegada desse reino, Marcos coloca que em primeiro lugar deverão sobrevir dias de tribulação como nunca houve desde que Deus criou o mundo para que em seguida o enigma entre a humilhação de Cristo e sua autoridade dominante fiquem claros.

O Evangelho de Mateus: o reino de Deus
Neste ponto, Kaiser explica que a autoria deste evangelho é atribuída a Levi filho de Alfeu (que tem como segundo nome Mateus) por conta de uma declaração de Papias (cerca de 125 d.C.), segunda a qual Mateus era o autor deste evangelho.
Baseado no posicionamento de vários estudiosos, o autor  apresenta a estrutura do Evangelho de Mateus em cinco blocos de ensinamentos:

I.                   A ética do reino
II.                A autoridade do reino
III.             O programa do reino
IV.             A reação do rei à oposição
V.                O futuro do reino

O Messias de Davi
Aqui, Kaiser destaca que Jesus aparece de imediato em Mateus como descendente legal de Davi e de Abraão e que, portanto, Jesus era o “filho” de Davi e o Filho de Deus.
O autor assevera que muitos dos eventos da vida de Jesus, haviam sido previstos no desenrolar do plano da promessa de Deus no Antigo Testamento, conforme o quadro a seguir:

Local de nascimento de Jesus – Mq 5:2 à Mt 2:6
Jesus nasceria de uma virgem – Is 7:14 à Mt 1:18
Fuga para o Egito – Os 11:1 à Mt 2:13
Massacre dos inocentes – Jr 31:15 à Mt 2:17
Residência em Nazaré – Is 11:1 à Mt 2:23
Anunciado por João – Is 40:3 à Mt 3:3
Ministério na Galiléia – Is 9:1-2 à Mt 4:14-16
Cura dos enfermos – Is 42:1-4 à Mt 12:17-21
Entrada em Jerusalem – Zc 9:9 à Mt 21:5
Traição de Jesus – Sl 41:9 à Mt 26:24

O reino de Deus
Kaiser ressalta que Mateus usou mais a expressão “reino do céu” do que “reino de Deus” em seu evangelho e atribui a esta realidade, o fato de que Mateus escreveu para um público judeu e enxerga aí uma sensibilidade da parte dele ao evitar o nome de Deus, para que ninguém usasse seu nome inadvertidamente.
Diante do problema que poderia ser suscitado por conta da questão acerca de que “reino” era esse anunciado sendo diferente daquilo que tinham experimentado até então, Kaiser explica que, em primeiro lugar, o reino de Deus era expressão usada de modo que descrevia todas as benção de Deus que as pessoas experimentavam em sua salvação e em segundo lugar, o próprio conhecer a verdade do evangelho era como “conhecer os mistérios do reino dos céu” (Mt 13:11). Em outras palavras, o que começara como governo e reino espiritual no coração dos crentes, um dia se estenderia por todos os confins do universo sem quaisquer bolsões de resistência ou oposição econômica ou política.
Ao se referir aos sinais do reino de Deus, o autor afirma, que estes, nada mais são do que símbolos de como será finalmente o reino de Deus em toda a sua plenitude em um futuro do qual somente Deus sabe a hora e o momento exatos.

A lei e o reino
Kaiser ressalta que somente o evangelho de Mateus discute a lei; segue destacando o posicionamento de Jesus quando Ele declara que nem ele nem sua missão aboliam a lei, mas, pelo contrário, Seu propósito era cumpri-la.
Ao fazer referência as antíteses de Mateus (“ouvistes que foi dito... Eu porém vos digo”), Kaiser explica que Jesus estava corrigindo as tradições orais que se acumularam em torno da lei.

Israel, a igreja e o reino
Neste tópico o autor afirma que “a parte mais difícil do livro de Mateus diz respeito à circunscrição da missão de Jesus e dos discípulos ao povo judeu. Segue mostrando que ao mesmo tempo em que Jesus enviava seus discípulos ás “ovelhas perdidas da casa de Israel”, ele também afirmava a missão aos gentios de “todas as nações”, ou seja, embora a missão aos judeus tenha precedência, a missão aos gentios não é negligenciada.
Neste cenário, Kaiser afirma que Deus de modo algum deixou de tratar com Israel e usa a carta de Paulo aos Romanos em que o apostolo diz que a promessa feita por Deus a Israel há muito tempo continuava “irrevogável” (Rm 11:29).

A promessa e a igreja
Kaiser ressalta que o único evangelho que menciona a palavra “igreja” é o evangelho de Mateus. Diz que este é o primeiro a mostrar que a igreja seria o instrumento permanente de Deus para segui-lo e para promover a reconciliação de toda e qualquer infração de conduta, problemas étnicos, etc.
Finaliza concluindo que em Marcos, é apresentado o modelo da história básica de Jesus, destacando que Ele veio para dar sua vida em resgate de muitos; e o evangelho de Mateus é o evangelho do cumprimento; é o evangelho do reino de Deus e da providencia eclesiástica; e é, também, o que integrou lei e evangelho preparando o mundo para a introdução da igreja de Cristo.

3 comentários:

  1. Excelente o resumo do irmão. Muito claro, ainda que breve. Destaco a percepção de Kaiser, que salve me engano é dispensacionalista, em observar que Jesus não aboliu a Lei, mas a ratificou com as devidas correções.

    João Nelson.

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  2. muito bom o resumo! mas ficou muito abrangente, com muitas informações, para ser um "resumo".

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  3. Resumo muito bem organizado e legível.

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