sexta-feira, 12 de abril de 2013

Capítulo 9 - A Renovação da Promessa


PROFETAS DO SÉCULO VII a.C.
(Naum, Sofonias, Habacuque, Jeremias)

Autor: Edwin M. Pitanga

Introdução

            Segundo Walter Kaiser Jr. No capítulo 9 do livro O Plano da Promessa de Deus, mostra o século VII a.C. como um dos períodos mais críticos para Israel, pois vinha se cumprir a predição sobre o cativeiro babilônico e que Judá não tirou proveito da lição que havia ocorrido com as tribos do norte e seguia nos mesmos passos ao provocar o juízo de Deus.
            Como mostra o autor, Deus continua enviando seus profetas, advertindo o povo sobre a iminência do julgamento divino. Naum advertiu sobre o julgamento contra Nínive, em razão da maldade deles. Sofonias reapresentou as mensagens de Joel e Obadias, que acreditava na punição de Judá. Habacuque trazia a mensagem de repreensão contra Judá e os desmandos orgulhosos da Babilônia e Jeremias que foi o porta-voz mais notável dessa época que profetizou o cumprimento da promessa feita aos patriarcas e a Davi, projetadas para o futuro.


O Livro de Naum

            Segundo o autor comenta, pouco se sabe sobre Naum e a localização de sua cidade Elcós, apenas alguns versículos na introdução de seu livro. O Assunto principal do profeta era a destruição de Nínive, só que a situação agora era diferente do livro de Jonas, pois a queda já havia sido decretada e Nínive se rendeu aos babilônios em 612 a.C.
            Conforme o autor, a profecia de Naum foi complemento à de Jonas, só que enquanto Jonas enfocou na misericórdia de Deus, Naum enfocou a ira judicial de Deus. Naum apresenta em sua introdução um Deus zeloso, que exige devoção exclusiva, ele apresenta Deus na figura de um Juiz Vindicador que viria livrar seu povo das aflições impostas pelos assírios.
            No livro são mencionados três tipos de transgressões  cometidas pelos assírios:
1.       Zombaram do povo da aliança e insultaram a incapacidade de Javé;
2.       A culpa sanguinária de Nínive;
3.       A prostituição no caso de venda das nações.
           
A notícia da destruição de Nínive fez lembrar a justiça e fidelidade de Deus e lembrar da obra de Javé em restaurar a “glória de Jacó”, bem como a “glória de Israel”.


O Livro de Sofonias

            Conforme o autor, a genealogia de Sofonias remonta até a quinta geração, chegando a Ezequias, que possivelmente seria o avô do Rei Josias. O Tema central da mensagem de Sofonias foi o “Dia do Senhor”, que falava a respeito do julgamento de Deus, mas também traria a conversão de muitas nações como fruto desse dia.
            O “Dia do Senhor” como julgamento, deu-se como repreensão divina ao povo de Judá pela introdução do culto a Baal, aos corpos celestiais e a Milcom, então Judá foi convocada a buscar Javé em uma atitude de humildade.
            O autor nos mostra que Sofonias via o raiar de uma nova era, onde os deuses desapareceriam e todos orariam a Javé. A ordem das promessas apresentada é a seguinte:
1.       Os fiéis seriam escondidos no dia da ira;
2.       O remanescente passaria a habitar pacificamente ao longo da orla marítima;
3.       Israel tomaria vingança dos seus inimigos;
4.       Estrangeiros invocariam o nome do senhor;
5.       A vergonha e a iniquidade terminariam e cessariam para sempre.


O Livro de Habacuque

            Segundo o autor, nada ou muito pouco se sabe sobre a pessoa de Habacuque, a não ser alguns relatos de um livro apócrifo, por muitos considerado sem valor histórico. Sabemos que o seu livro foi escrito por volta do fim do século VII a.C. e a mensagem principal de seu livro é a declaração de que “o justo viverá por sua fé”. Habacuque exigia a fé como um requisito indispensável.
            O povo de Judá estava mergulhado em ilegalidade, injustiça, iniquidade e rebeldia e Habacuque sabia que estes pecados deveriam ser punidos mesmo que fosse por meio da invasão por parte da Babilônia.
            Conforme o autor, Habacuque considerou a sua própria mensagem como um fardo, mas acompanhando a sua mensagem estava a palavra de esperança e salvação. Se fazia necessário mostrar a Judá a diferença entre o caráter dos ímpios e o justo povo de Deus, pois Habacuque descreve o caráter babilônico como totalmente contrário ao do crente humilde e pobre de espírito.
            Para Habacuque a mensagem de o “justo viverá pela sua fé”, significava a confiança na fidelidade da palavra de Deus e que a fé era uma confiança inabalável em Deus. Habacuque orou pela providência de Deus, mesmo que fosse por meio de um castigo pelos babilônicos, para que tivesse um efeito positivo e benéfico para a obra de Deus.
            Apesar de amedrontado pelo aspecto aterrador da glória de Deus, Habacuque estava confiante e cheio de júbilo, porque sabia que era garantida a redenção do povo de Deus.


O Livro de Jeremias

            Walter Kaiser Jr. fala que Jeremias foi chamado para profetizar as nações ainda sendo jovem, quando habitava em Anatote e o seu ministério cobriu alguns dos anos mais conturbados da história política do oriente. Jeremias foi testemunha da reforma do Rei Josias, incluindo o livro da lei de Deus encontrado e a derrota do Rei no Megido para o Faraó Neco em 609 a.C. Jeremias conclamou Judá ao arrependimento, até a queda de Jerusalém, quando foi expulso pelos remanescentes.
            O autor o descreve como o profeta da “Palavra do Senhor”. Jeremias citava como argumento de autoridade as palavras de Deus postas em sua boca e que escrevia o que Deus mandava. Para Jeremias, a palavra de Deus era mais do que uma revelação objetiva, era alegria e regozijo para o seu coração, mas o profeta passava por um grande conflito interno, onde não queria mais proclamar a palavra de Deus, pois achava ele que as suas mensagens não estavam surtindo efeito, só que ao mesmo tempo em que pensava isto essa mesma palavra ardia em seu coração compelindo-o a professá-la. As profecias de jeremias podem ser divididas em três partes:
1.     Mensagens destinadas a Judá;
2.     Profecias de juízo e consolação;
3.     Mensagens para as nações.

Segundo o autor, Jeremias anunciou três proposições principais em sua mensagem a porta do templo:
1.     Que a frequência na casa de Deus não substituía o verdadeiro arrependimento;
2.     A observância dos atos religiosos, não substituía a obediência ao senhor;
3.     A posse da palavra não era substituto daquilo que a palavra declarava.

O povo de Judá, achava que era imune as punições de Deus, por habitar na terra santa e possuir o templo do senhor e continuavam praticando iniquidade. Jeremias exortava-os, que não era o sacrifício que Deus queria e sim obediência e a verdadeira lição dessa palavra não foi aprendida, mas sim usada de forma errônea, para mascarar a falta de dedicação e compromisso do povo para com Deus.
Em uma predição em seu livro(3.16-17), Jeremias surpreende ao declarar que já não seria mais preciso um objeto para lembrar e levar o povo a adoração à Deus, pois a sua presença seria muito clara. Jeremias mostra também uma contrapartida as cerimônias da lei mosaica, onde Moisés recebera como que um modelo para as mesmas e Jeremias mostra que isso já não seria mais necessário.
O “Renovo Justo” anunciado em Isaías também é predito em Jeremias, com um descendente cujo nome é “Javé nossa justiça” e faz lembrar o  nome o “Emanuel” e o domínio desse novo descendente de Davi é focado na retidão.
Uma especial significância  em Jeremias era a obra do renovo:
1.     Aliança noaica quanto à perpetuidade da estações;
2.     Aliança abraâmica quanto a semente incontável;
3.     Aliança com Fineias quanto a perpetuidade do sacerdote;
4.     Aliança davídica quanto ao reino eterno de sua semente.

Conforme Walter Kaiser Jr.(p.213), O coração teológico da mensagem de Jeremias, era a nova aliança Essa nova aliança constitui a maior passagem didática sobre continuidade e descontinuidade entre Velho e Novo testamentos. Alguns pontos diferenciam essencialmente a nova da antiga aliança:
1.     Seu nome;
2.     Seus contrastes;
3.     Sua continuidade;
4.     Seus novos aspectos;
5.     Seus destinatários.

Pode-se concluir com base no texto, que assim como as promessas feitas a Abraão e a Daví destinavam-se a eles próprios e sua descendência e estendeu-se a todas as eras, assim também seria a “Nova Aliança”.

2 comentários:

  1. O Resumo ficou escelente. bem claro e sucinto. Bem interessante, também, o fato da forma como a promessa é abordada nesses livros na forma de exortação e repreensão ao povo em "voltar a aliança".

    João Nelson.

    ResponderExcluir
  2. Percebemos de fato que esta Nova Aliança fazia também parte daquela era messiânica . A nova Aliança, dirigia-se a um Israel nacional restaurado do futuro; mesmo assim;era apropriado falar de uma participação dos gentios naquela época e no futuro, em virtude da promessa Abrahamica e Davidica, em virtude, os gentios seriam "enxertados também na videira".

    ResponderExcluir