Kaiser
traça um breve panorama antes de iniciar a abordagem dos livros que compõem
este capítulo, dizendo que através de uma ação soberana de Deus, Ciro libera Israel
para voltar para a terra da promessa. O povo estava muito desanimado com a
situação por conta da destruição a qual se encontrava a cidade, e, logo, o
templo.
O livro de Ageu
Kaiser
afirma que Ageu, ao lado de Zacarias, foi usado por Deus para incentivar o povo
exilado. Deus havia enviado Ageu e Zacarias para incentivar o povo a retornar a
tarefa abandonada de reconstruir o templo. Essa foi a ocasião para as quatro
mensagens de Ageu.
Kaiser
cita que o problema teológico deste período reside no fato de onde se poderia
achar a atividade e a presença de Deus em meio à letargia espiritual do povo da
aliança? O autor discorre que as circunstâncias da vida na qual o povo estava
inserido os fez alargar o modo de pensar sobre a promessa de Deus. O autor cita,
ainda, que Ageu enfrentou a desculpa do povo de o tempo ainda não ser
apropriado, culpando a Deus por não ter derramado mais prosperidade sobre eles.
Kaiser discorrer, também, que o profeta questionou o povo acerca de como eles
haviam conseguido construir as próprias casas se a situação político-econômica
era tão adversa, contrapondo a desculpa dada pelo povo. O fato de o templo
permanecer em ruínas fez com que Deus conjurasse uma seca, fazendo com que tudo
o que o povo conseguisse prosperar fosse abatido ou fazendo o povo não
conseguir aproveitar do colhido. Kaiser argumenta, então, que o fato de
calamidades chegarem a níveis de intensa severidade fazia com que o povo
compreendesse que era a mão de Deus sobre eles, os punindo. Assim, o autor diz
que o povo respondeu e obedeceu a chamada de Ageu.
O
autor cita que a prova de que Deus ainda era com Israel residia no fato de ter
feito o Seu Espírito habitar no meio deles. Kaiser afirma que o pequeno início
daquele segundo templo prefigurava o destino e glória a serem recebidos no
futuro templo de Deus. Assim, os homens não viriam a desprezar as pequenas
coisas feitas no poder e nome de Deus.
Kaiser
argumenta que, antes que tal dia chegasse, haveria uma convulsão de proporções
cósmicas. Isto estava bem de acordo com o tema profético do “Dia do Senhor”. O
segredo desta convulsão cósmica ficava claro em Ag 2:23, onde o profeta declara
que “naquele dia” Javé tomaria Zorobabel e faria dele um “anel de selar”. Este
anel representava um selo de autoridade. Era a insígnia real empregada nas
autorizações e autenticações do poder e prestígio daquele governo. Este novo
descendente de Davi será o sinal divino para o mundo de que Deus pretendia
cumprir sua antiga promessa.
O livro de Zacarias
Kaiser
discorre que Zacarias profetizou para o remanescente dos exilados de Judá. Ele
pregou a necessidade de arrependimento e conversão ao Senhor Deus para que esse
remanescente pudesse contar com a presença, poder e glória do Criador. O cerne
da mensagem de Zacarias está em Zc 4:6.
O
autor cita que, com oito visões noturnas e duas mensagens de aflição, o profeta
traçou o crescimento do reino de Deus, partindo do seu começo humilde até a sua
vitória contra toda força opositora. Kaiser discorre que Zacarias trabalhou
lado a lado com o profeta Ageu, proclamando a mais intensa mensagem de
arrependimento já dada no Antigo Testamento. Discutindo sobre as oito visões,
Kaiser afirma que estes foram recebidos por Zacarias em um quadro total como
resposta divina àqueles que questionavam a validade da promessa e o futuro de
Sião. Conquanto o juízo tivesse de ser pronunciado sobre as nações, Jerusalém
passaria por uma reconstrução, alargamento e exaltação.
O
autor afirma que o estabelecimento externo da cidade de Deus como residência
pessoal do Senhor havia de ser precedida por uma obra divina de purificação
interior. Ainda segundo Kaiser, era maravilhoso que o ofício de sumo sacerdócio
existisse mesmo depois da longa interrupção no exílio, mas, este ofício era,
também, um sinal do futuro. A vinda do verdadeiro representante de Deus, o
Messias, que no livro do profeta Zacarias é chamado por três títulos.
Com
relação ao primeiro título do messias, Kaiser comenta que, segundo o profeta, o
“Renovo” ou “Servo” não seria somente um sucessor de Davi, mas, também, de
Josué. Assim como Isaías declarara que o “Servo” daria a sua vida em
substituição de muitos, Zc 3:9 afirmava que o Messias o faria em um só dia. Se
o “Servo-Renovo” representava a primeira vinda do Messias, a “Pedra”
representava a sua segunda vinda. Assim, em Zc 6:9-15, o profeta recebeu ordens
para fazer “coroas” da prata e do ouro trazidos da Babilônia. Segundo Kaiser,
este evento resume as oito visões noturnas e o escopo delas em um único ato: O
mesmo Senhor que ajudou na edificação daquele segundo templo reinaria como
Sacerdote e Rei. O verdadeiro Rei de Israel estava para vir, e sua investidura
no ofício era simbolizada por sua chegada montado em um jumento. Seu caráter
era “justo”, mas também havia “libertação”. Ele era “humilde”, ou até “aflito”.
Kaiser
continua discorrendo que Israel tivera governantes (pastores) malignos, mas o
“Bom Pastor” foi de início aceito, depois rejeitado, e vendido por trinta
moedas de prata. O Pastor veio a ser o “Pastor-Mártir” das ovelhas que
rejeitaram sua liderança. Kaiser cita que, em outra seção, o povo prantearia
Aquele que transpassaram como se chora amargamente pelo primogênito. Naquele
dia, porém, o Espírito seria derramado sobre o povo, e, como Ezequiel havia
predito, este mesmo Espírito traria convicção e arrependimento nos corações de
Israel.
O
autor comenta, ainda, que havia uma batalha decisiva a ser ganha pelo Senhor.
Com grandes convulsões na natureza, o Senhor da glória desceria com nuvens,
junto a todos os seus santos, estabelecendo os pés no monte das oliveiras.
Então, a história e o primeiro aspecto do grande plano salvador da promessa
divina chegariam ao fim no mais decisivo triunfo já testemunhado. Kaiser cita
que será a hora mais gloriosa da história da terra, na medida que seu Criador,
Redentor e Monarca Reinante voltava para completa aquilo que já há muito tempo
prometera fazer.
O livro de Malaquias
Kaiser
cita que este profeta ministrou algum tempo depois do exílio, haja vista que o
culto a Deus já havia se tornado supercial e carecia de verdadeira integridade.
O autor afima aidna que o tema do livro é
amor imutável de Deus.
Kaiser
discorre que mais um profeta havia sido enviado por Deus para responder as
zombarias de um povo imerso nas suas próprias misérias, que se queixava assim: “Onde
está o Deus da justiça?”. Malaquias, segundo o autor, respondeu afirmando que “o
Senhor virá, a quem vós buscais”. No entanto, antes da Sua vinda, o Senhor
enviaria um mensageiro para preparar o caminho diante de Si. Quando o
mensageiro da aliança chegasse ao seu templo, seria o Messsias prometido,
porque o dia da sua vinda era também o dia do Senhor mencionado pelos profetas.
De acordo com Kaiser, o Senhor virá aos seu templo, logo, ele era Javé.
Seria
necessário que os corações fossem
testados a fim de remover a sujeira do pecado. o precursor é orimeiramente
chamado “mensageiro”, depois, “o profeta Elias”. Portanto, a obra do segundo
Elias, também, seria de reconciliação. O nome de Deus seria “grande” e
altamente exaltado entra as nações gentílicas do mundo. Sendo assim, a
discussão mosaica do “local” e das ofertas chega ao clímax pela universidade do
evangelho e a pureza de adoração e culto desconhecida na história passada ou
presente, mas sem dúvida uma parte real do futuro.
Os livros de Crônicas, Esdras,
Neemias e Ester
Segundo
Kaiser, os livros de Crônicas são conhecidos como “os acontecimentos dos dias”.
O autor é Esdras. Esdras profetizou para um povo que caiu em lassidão
espiritual e moral, e, assim sendo, foi a melhor época para Esdras recordar ao
povo acerca das suas raízes espirituais e nacionais, época em que Neemias
servia como governador.
Kaiser
cita que dois propósitos principais fornecem o motivo para a composição desses
livros: remontar a linhagem de Davi e Adão e concentrar-se naquele reinado em
toda sua supremacia militar e interesse vital na adoração e culto; e tomar a
afirmação progmática de 2 Cr 7:14 como base para os cinco avivamentos
registrados na história de Judá. Estes foram: “Humilhar-se (2 Cr 11-12)”, “Buscar
minha face (2 Cr 14-16)”, “Orar (2 Cr 17-20)”, “Desviar-se dos seus maus
caminhos (2 Cr 29-32)” e “Humilhar-se 2 Cr 34-35)”.
De
acordo com Kaiser, Esdras-Neemias eram considerados pelos judeus como uma única
obra. Além disso, leva-se a crer que estes livros foram escritos como uma
continuação de Crônicas. O centro dessa obra é a restauração e a reforma da
comunidade de Deus. Da mesma forma, o propósito do livro de Ester é identificar
a divina mão da providência sobre seu povo. Kaiser argumenta que o livro de
Ester foi escrito em Susã (438 a.C.). Ester ganhou o concurso que buscava a
nova rainha. O cerne da mensagem do
livro de Ester encontra-se em Et 4:13-14, que pode ser resumido na confiança de
Mardoque em saber que, aidna que Ester não se posicionasse, Deus livraria o seu
povo mesmo assim.
Kaiser
retoma as suas considerações acerca do livro de Crônicas citando que no fim da
longa história de Israel, o Cronista selecionou aqueles eventos e palavras do
reino davídico e salomônico para projetar a imagem da consumação escatológica
da promessa do novo Davi. O Cronista tinha uma visão de um Israel reunido num
dia futuro, de modo semelhante aos dias gloriosos de Davi e Salomão. Segundo
Kaiser, o povo seria uma congregação unida enquanto viviam, amavam e adoravam
ao Senhor com coração perfeito.
O
autor afirma que a lei de Deus era o padrão pelo qual o povo recebia instrução.
Em Ne 8 conta-se como Esdras trouxe a Palavra de Deus consigo, lendo-a ao povo
que escutava atentamente. Assim como fora prometido a Salomão a bênção dos
benefícios da promessa incondicional de Deus “se” tomasse o cuidado de observar
tudo que o Senhor havia ordenado a Moisés, “todo Israel” receberia estas
bênçãos “se” andasse com “todo o coração” na lei. Kaiser cita que encontra-se
nos livros uma mensagem que ressaltava ambos os aspectos da soberania divina e
da responsabilidade humana. Esta apresentação dualdos eventos também levou à
técnica de referências indiretas a Deus ao escrever histórias, como o livro de
Ester.
De
acordo com Kaiser afirma, finalizando seu comentário acerca dos livros, que a
promessa de Deus, dada a Davi, foi repetida em 1 Cr 17:14. Este reino que
estava “sob o poder dos descendentes de Davi” pertencia ao Senhor. O rei de
Israel era apenas um vice-regente de Deus. Portanto, o enfoque dado pelo livro
as atividades cerimoniais no templo eram doxologia apropriada ao Senhor aquem
pertencia o reino e que haveria de exercer domínio final sobre os céus e a
terra. O autor discute que a antiga palavra profética da promessa não falhara,
nem viria a falhar. Essa mensagem visava um público que ia além do povo étnico
de Israel, haja vista que o propósito total das listas genealógicas em 1 Cr 1-9
exibia a conexão da nação com a raça humana e assim se dirigia a todos os
descendentes de “Adão”.
João
Nelson.
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