quarta-feira, 17 de abril de 2013


Capítulo 11 – O Triunfo da promessa: Tempos pós-exílicos

Kaiser traça um breve panorama antes de iniciar a abordagem dos livros que compõem este capítulo, dizendo que através de uma ação soberana de Deus, Ciro libera Israel para voltar para a terra da promessa. O povo estava muito desanimado com a situação por conta da destruição a qual se encontrava a cidade, e, logo, o templo.

O livro de Ageu

Kaiser afirma que Ageu, ao lado de Zacarias, foi usado por Deus para incentivar o povo exilado. Deus havia enviado Ageu e Zacarias para incentivar o povo a retornar a tarefa abandonada de reconstruir o templo. Essa foi a ocasião para as quatro mensagens de Ageu.

Kaiser cita que o problema teológico deste período reside no fato de onde se poderia achar a atividade e a presença de Deus em meio à letargia espiritual do povo da aliança? O autor discorre que as circunstâncias da vida na qual o povo estava inserido os fez alargar o modo de pensar sobre a promessa de Deus. O autor cita, ainda, que Ageu enfrentou a desculpa do povo de o tempo ainda não ser apropriado, culpando a Deus por não ter derramado mais prosperidade sobre eles. Kaiser discorrer, também, que o profeta questionou o povo acerca de como eles haviam conseguido construir as próprias casas se a situação político-econômica era tão adversa, contrapondo a desculpa dada pelo povo. O fato de o templo permanecer em ruínas fez com que Deus conjurasse uma seca, fazendo com que tudo o que o povo conseguisse prosperar fosse abatido ou fazendo o povo não conseguir aproveitar do colhido. Kaiser argumenta, então, que o fato de calamidades chegarem a níveis de intensa severidade fazia com que o povo compreendesse que era a mão de Deus sobre eles, os punindo. Assim, o autor diz que o povo respondeu e obedeceu a chamada de Ageu.

O autor cita que a prova de que Deus ainda era com Israel residia no fato de ter feito o Seu Espírito habitar no meio deles. Kaiser afirma que o pequeno início daquele segundo templo prefigurava o destino e glória a serem recebidos no futuro templo de Deus. Assim, os homens não viriam a desprezar as pequenas coisas feitas no poder e nome de Deus.

Kaiser argumenta que, antes que tal dia chegasse, haveria uma convulsão de proporções cósmicas. Isto estava bem de acordo com o tema profético do “Dia do Senhor”. O segredo desta convulsão cósmica ficava claro em Ag 2:23, onde o profeta declara que “naquele dia” Javé tomaria Zorobabel e faria dele um “anel de selar”. Este anel representava um selo de autoridade. Era a insígnia real empregada nas autorizações e autenticações do poder e prestígio daquele governo. Este novo descendente de Davi será o sinal divino para o mundo de que Deus pretendia cumprir sua antiga promessa.

O livro de Zacarias

Kaiser discorre que Zacarias profetizou para o remanescente dos exilados de Judá. Ele pregou a necessidade de arrependimento e conversão ao Senhor Deus para que esse remanescente pudesse contar com a presença, poder e glória do Criador. O cerne da mensagem de Zacarias está em Zc 4:6.

O autor cita que, com oito visões noturnas e duas mensagens de aflição, o profeta traçou o crescimento do reino de Deus, partindo do seu começo humilde até a sua vitória contra toda força opositora. Kaiser discorre que Zacarias trabalhou lado a lado com o profeta Ageu, proclamando a mais intensa mensagem de arrependimento já dada no Antigo Testamento. Discutindo sobre as oito visões, Kaiser afirma que estes foram recebidos por Zacarias em um quadro total como resposta divina àqueles que questionavam a validade da promessa e o futuro de Sião. Conquanto o juízo tivesse de ser pronunciado sobre as nações, Jerusalém passaria por uma reconstrução, alargamento e exaltação.

O autor afirma que o estabelecimento externo da cidade de Deus como residência pessoal do Senhor havia de ser precedida por uma obra divina de purificação interior. Ainda segundo Kaiser, era maravilhoso que o ofício de sumo sacerdócio existisse mesmo depois da longa interrupção no exílio, mas, este ofício era, também, um sinal do futuro. A vinda do verdadeiro representante de Deus, o Messias, que no livro do profeta Zacarias é chamado por três títulos.

Com relação ao primeiro título do messias, Kaiser comenta que, segundo o profeta, o “Renovo” ou “Servo” não seria somente um sucessor de Davi, mas, também, de Josué. Assim como Isaías declarara que o “Servo” daria a sua vida em substituição de muitos, Zc 3:9 afirmava que o Messias o faria em um só dia. Se o “Servo-Renovo” representava a primeira vinda do Messias, a “Pedra” representava a sua segunda vinda. Assim, em Zc 6:9-15, o profeta recebeu ordens para fazer “coroas” da prata e do ouro trazidos da Babilônia. Segundo Kaiser, este evento resume as oito visões noturnas e o escopo delas em um único ato: O mesmo Senhor que ajudou na edificação daquele segundo templo reinaria como Sacerdote e Rei. O verdadeiro Rei de Israel estava para vir, e sua investidura no ofício era simbolizada por sua chegada montado em um jumento. Seu caráter era “justo”, mas também havia “libertação”. Ele era “humilde”, ou até “aflito”.

Kaiser continua discorrendo que Israel tivera governantes (pastores) malignos, mas o “Bom Pastor” foi de início aceito, depois rejeitado, e vendido por trinta moedas de prata. O Pastor veio a ser o “Pastor-Mártir” das ovelhas que rejeitaram sua liderança. Kaiser cita que, em outra seção, o povo prantearia Aquele que transpassaram como se chora amargamente pelo primogênito. Naquele dia, porém, o Espírito seria derramado sobre o povo, e, como Ezequiel havia predito, este mesmo Espírito traria convicção e arrependimento nos corações de Israel.

O autor comenta, ainda, que havia uma batalha decisiva a ser ganha pelo Senhor. Com grandes convulsões na natureza, o Senhor da glória desceria com nuvens, junto a todos os seus santos, estabelecendo os pés no monte das oliveiras. Então, a história e o primeiro aspecto do grande plano salvador da promessa divina chegariam ao fim no mais decisivo triunfo já testemunhado. Kaiser cita que será a hora mais gloriosa da história da terra, na medida que seu Criador, Redentor e Monarca Reinante voltava para completa aquilo que já há muito tempo prometera fazer.

O livro de Malaquias

Kaiser cita que este profeta ministrou algum tempo depois do exílio, haja vista que o culto a Deus já havia se tornado supercial e carecia de verdadeira integridade. O autor afima aidna que o tema do livro é  amor imutável de Deus.

Kaiser discorre que mais um profeta havia sido enviado por Deus para responder as zombarias de um povo imerso nas suas próprias misérias, que se queixava assim: “Onde está o Deus da justiça?”. Malaquias, segundo o autor, respondeu afirmando que “o Senhor virá, a quem vós buscais”. No entanto, antes da Sua vinda, o Senhor enviaria um mensageiro para preparar o caminho diante de Si. Quando o mensageiro da aliança chegasse ao seu templo, seria o Messsias prometido, porque o dia da sua vinda era também o dia do Senhor mencionado pelos profetas. De acordo com Kaiser, o Senhor virá aos seu templo, logo, ele era Javé.

Seria necessário que os  corações fossem testados a fim de remover a sujeira do pecado. o precursor é orimeiramente chamado “mensageiro”, depois, “o profeta Elias”. Portanto, a obra do segundo Elias, também, seria de reconciliação. O nome de Deus seria “grande” e altamente exaltado entra as nações gentílicas do mundo. Sendo assim, a discussão mosaica do “local” e das ofertas chega ao clímax pela universidade do evangelho e a pureza de adoração e culto desconhecida na história passada ou presente, mas sem dúvida uma parte real do futuro.

Os livros de Crônicas, Esdras, Neemias e Ester

Segundo Kaiser, os livros de Crônicas são conhecidos como “os acontecimentos dos dias”. O autor é Esdras. Esdras profetizou para um povo que caiu em lassidão espiritual e moral, e, assim sendo, foi a melhor época para Esdras recordar ao povo acerca das suas raízes espirituais e nacionais, época em que Neemias servia como governador.

Kaiser cita que dois propósitos principais fornecem o motivo para a composição desses livros: remontar a linhagem de Davi e Adão e concentrar-se naquele reinado em toda sua supremacia militar e interesse vital na adoração e culto; e tomar a afirmação progmática de 2 Cr 7:14 como base para os cinco avivamentos registrados na história de Judá. Estes foram: “Humilhar-se (2 Cr 11-12)”, “Buscar minha face (2 Cr 14-16)”, “Orar (2 Cr 17-20)”, “Desviar-se dos seus maus caminhos (2 Cr 29-32)” e “Humilhar-se 2 Cr 34-35)”.

De acordo com Kaiser, Esdras-Neemias eram considerados pelos judeus como uma única obra. Além disso, leva-se a crer que estes livros foram escritos como uma continuação de Crônicas. O centro dessa obra é a restauração e a reforma da comunidade de Deus. Da mesma forma, o propósito do livro de Ester é identificar a divina mão da providência sobre seu povo. Kaiser argumenta que o livro de Ester foi escrito em Susã (438 a.C.). Ester ganhou o concurso que buscava a nova rainha.  O cerne da mensagem do livro de Ester encontra-se em Et 4:13-14, que pode ser resumido na confiança de Mardoque em saber que, aidna que Ester não se posicionasse, Deus livraria o seu povo mesmo assim.

Kaiser retoma as suas considerações acerca do livro de Crônicas citando que no fim da longa história de Israel, o Cronista selecionou aqueles eventos e palavras do reino davídico e salomônico para projetar a imagem da consumação escatológica da promessa do novo Davi. O Cronista tinha uma visão de um Israel reunido num dia futuro, de modo semelhante aos dias gloriosos de Davi e Salomão. Segundo Kaiser, o povo seria uma congregação unida enquanto viviam, amavam e adoravam ao Senhor com coração perfeito.

O autor afirma que a lei de Deus era o padrão pelo qual o povo recebia instrução. Em Ne 8 conta-se como Esdras trouxe a Palavra de Deus consigo, lendo-a ao povo que escutava atentamente. Assim como fora prometido a Salomão a bênção dos benefícios da promessa incondicional de Deus “se” tomasse o cuidado de observar tudo que o Senhor havia ordenado a Moisés, “todo Israel” receberia estas bênçãos “se” andasse com “todo o coração” na lei. Kaiser cita que encontra-se nos livros uma mensagem que ressaltava ambos os aspectos da soberania divina e da responsabilidade humana. Esta apresentação dualdos eventos também levou à técnica de referências indiretas a Deus ao escrever histórias, como o livro de Ester.

De acordo com Kaiser afirma, finalizando seu comentário acerca dos livros, que a promessa de Deus, dada a Davi, foi repetida em 1 Cr 17:14. Este reino que estava “sob o poder dos descendentes de Davi” pertencia ao Senhor. O rei de Israel era apenas um vice-regente de Deus. Portanto, o enfoque dado pelo livro as atividades cerimoniais no templo eram doxologia apropriada ao Senhor aquem pertencia o reino e que haveria de exercer domínio final sobre os céus e a terra. O autor discute que a antiga palavra profética da promessa não falhara, nem viria a falhar. Essa mensagem visava um público que ia além do povo étnico de Israel, haja vista que o propósito total das listas genealógicas em 1 Cr 1-9 exibia a conexão da nação com a raça humana e assim se dirigia a todos os descendentes de “Adão”.
João Nelson.

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