quarta-feira, 19 de junho de 2013



Apêndice C: Definição e método de teologia do Antigo Testamento

Capítulo 1: A importância da definição e da metodologia

Kaiser começa com um breve histórico acerca da definição e método da teologia bíblica. Ele cita que desde 1993 a teologia bíblica ocupa um lugar eminente no campo dos estudos teológicos. No entanto, afirma o autor, alguns teólogos como Langdon B. Gilkey e James Barr produziram, cada, um ensaio que atacou o coração do Movimento de Teologia Bíblica quando desmascarou sua dividida posição entre modernismo e Escrituras. Estes autores concluíram que esse movimento permanecera dentro das categorias do liberalismo. Mesmo assim, continua o autor, a busca de uma terceira alternativa era a tentativa de reter aquilo que todos, menos os conservadores concordavam: o resultado assegurado da crítica das fontes. Porém, cita Kaiser, o lançamento das obras de Walther Eichrodt e Gerhard Von Rad anunciaram a ominosa reversão ao tipo de estudo que tratava unicamente da história da religião de Israel.

Segundo Kaiser, ficou óbvio que a era pós-Von Rad estava entregue a uma grande medida de auto análise, e alguns problemas reais de metodologia haviam ficado sem soluçaõ. Vários autores, citados pelo dr. Kaiser, se lançaram com propostas de teologias do Antigo Testamento.

O dr. Kaiser, então, questiona: onde estamos agora? Ele afirma que algumas coisas podem ser respondidas, coisas essas que se tornaram bastante claras. O autor afirma que, de fato, se há alguma mudança a ser observada é a de que a autoridade das Escrituras foi desprezada nesse período. Assim, ao analisar os trinta anos de história da teologia bíblica, Kaiser afirma que pode-se verificar o ensino de algo: foi ressaltada a necessidade desesperada de uma solução às questões não respondidas sobre deifinição, método e objeto para a teologia do Antigo Testamento.

A natureza da teologia do Antigo Testamento

Eichrodt, segundo Kaiser, iniciou a dita “idade de ouro” com um ataque contra o historicismo que reinava em seus dias ao afirmar que “a essencial coerência interior do Antigo e do Novo Testamento foi reduzida, por assim dizer, a um tênue fio de conexão histórica e sequência causal entre os dois”. Porém, em Von Rad volta o historicismo quando este negou qualquer fundamento histórico genuíno para a confissão de fé do povo de Israel no Senhor, como também mudou o objeto de estudo teológico de um enfoque na Palavra de Deus e sua obra para conceitos religiosos de Israel. Porém, Kaiser argumenta que se Von Rad estava no caminho certo na abordagem diacrônica e longitudinal que dava atenção à sequência cronológica do Antigo Testamento e de sua mensagem, Eichrodt também estava parcialmente correto quando evidenciou que nenhuma teologia era possível caso não houvesse alguns conceitos constantes ou normativos no decurso daquela história.

O dr. Kaiser afirma que o então do texto antigo repentinamente tornou-se o agora das necessidades do leitor atual, niguém sabendo como ou por qual processo. Ele continua afirmando que em tais modelos, a fé moderna e a anunciação contemporânea (Geschichte e querigma) facilmente tomavam o lugar da história (Historie) e da exegese. Kaiser cita, então, que se uma busca indutiva do registro do Antigo Testamento revelar um padrão constante de eventos progressivos, com significados e ensinamentos em que os evolvidos ficavam cônscios da participação de cada evento selecionado num todo maior, então o caminho do progresso da disciplina terá sido fixado. O autor ainda afirma que o texto deve ser, primeiro, tratado de acordo com seus próprios termos. Assim, Kaiser insiste que, se o registro bíblico tem licença para falar sua própria intenção em primeiro lugar, isso claramente indica um progresso, crescimento, desenvolvimento, movimento, revelações irregulares e esporádicas de significado, e seleções de eventos no pleno fluxo de correntes históricas. Ele ainda argumenta que somente o embaraço de um espírito por demais refinado pela modernidade se sentiria obrigado, por algum compromisso anterior a um princípio filosófico ou a uma sociologia do conhecimento, a julgar impossíveis tais reivindicações textuais mesmo antes de serem achadas culpadas com base em cânones aceitáveis de evidência.

Kaiser encerra esta sessão afirmando que a natureza da teologia do Antigo Testamento não é unicamente uma teologia que está em conformidade com a Bíblia inteira, mas é uma teologia descrita e contida na Bíblia e vinculada de forma consciente de era em era, enquanto todo o contexto atecedente e mais antigo se torna a base para a teologia que se seguia em cada era. Sua estrutura é organizada historicamente, e seu conteúdo é controlado exegeticamente. Sua conceitualização unificada e seu centro se acham em descrições, explanações e conexões textuais.

O método de teologia do Antigo Testamento

Kaiser cita e apresenta quatro tipos principais de métodos para a formação da teologia do Antigo Testamento. Partindo disso, ele questiona se há um tema ou plano interno, persistente, distintivo e característico que demarcaria a preocupação central do Antigo Testamento. Como resposta, o autor afirma que há sim um centro ou plano interior com o qual cada escritor contribuía conscientemente. Um princípio de seletividade já se percebia evidente e divinamente determinado pela revelação rudimentar do tema divino da bênção – promessa para todos os homens em todos os lugares.

Kaiser, então, propõe que em sua metodologia, a teologia bíblica extrai a própria estrutura de abordagem da progressão histórica do texto, e a seleção e as conclusões teológicas são feitas a partir daquelas que se acham no enfoque canônico, assim, concordando parcialmente com a metodologia do tipo diacrônico, bem como a do tipo estrutural.

O escopo da teologia do Antigo Testamento

O dr. Kaiser começa esta sessão tecendo alguns questionamentos, como se deve-se incluir matérias de fora do cânon do Antigo Testamento; se deve-se tentar incluir todo o Antigo Testamento com todos os seus detalhes, ou pode desenvolver-se algum tipo razoável de cobertura representativa que apresentará os interesses de uma teologia total do Antigo Testamento.

Kaiser responde a primeira pergunta afirmando que o escopo do seu estudo é corretamente restrito aos livros canônicos da coleção judaica. O autor ressalta que é necessário observar mais um fato: a teologia do Antigo Testamento é disciplina legítima e distinta da teologia do Novo Testamento, porém, aquela tendo a obrigação de indicar as vinculações com esta e vice-versa.

A motivação para a teologia do Antigo Testamento

O dr. Kaiser cita que com as fortunas críticas passando da abordagem puramente descritiva à teologia bíblica, e com uma aproximação maior dos métodos de estudo de história das religiões, a necessidade de estabelecer distinção entre essas duas disciplinas é ainda mais urgente do que na luta anterior com a teologia sistemática. Ele continua citando que em vez de descobrir uma parte sobreposta nas áreas sistemáticas ou históricas, a teologia bíblica é uma ferramenta dupla do exegeta. Que sua aplicação mais imediata está na área da hermenêutica.

Kaiser finaliza sua argumentação discorrendo que o uso bem estudado dos resultados da teologia bíblica marcará a mensagem permanente como estando fundamentada na especificidade histórica. Dessa forma, a exegese terá os maiores benefícios dos esforços da teologia bíblica, equanto, de maneira menos direta, a sistemática também desejará consultar seus resultados com aqueles da teologia exegética, da história do dogma, e da filosofia da religião.

João Nelson.
Em exegese bíblica, a expressão sensus plenior (do latim "sentido mais pleno") é usada para descrever o "um sentido mais profundo do texto, desejado por Deus, mas não claramente pelo autor humano". a teoria do sensus plenior fala do sentido pleno das escrituras.       GERSON LIMA VIANA.
O PLANO DA PROMESSA E A PROMESSA DO ESPÍRITO SANTO. A história em dois volumes de Lucas e Atos ( princípio da década de 60 d.C.) cap. 16.
                                                                                                                                                                                                                                                 

                                                                                                     Resumo postado por: Gerson Viana.   

  • No capítulo 16, temos aqui um dos assuntos mais bem explicados,  tanto pelo contexto em que o evangelho de Lucas e Atos foram escritos, como também temos o cumprimento da promessa que se cumpriu em pentecostes que foi a descida do Espírito Santo, que seria o ápice na história do Cristianismo. O autor deixa claro que os escritos de Lucas é o mais longo do novo testamento.

  • O PLANO DA PROMESSA DE DEUS:
  • O autor tem uma preocupação em mostrar como Deus executou seu plano de acordo com a antiga promessa. Visto que Lucas era médico e um grande erudito, podemos ver claramente a forma com que ele iniciou os dois volumes ao qual escrevera usando as palavras: "investigando" ou" examinando tudo cuidadosamente desde o princípio" (Lc.1:3). Somente alguém com um vasto conhecimento tanto do estilo da escrita, como do desenvolver-se da história. Lucas sabia dos pormenores, sabia interpretar o que estava escrito na Lei; nos profetas e nos Salmos. É bastante interessante como Lucas mantém a linha de pensamento argumentando até o final de Atos sobre "o plano da promessa de DEUS". Logicamente existe uma abrangencia de assuntos nos escritos de Lucas, mas gostaria de enfatizar aqui o ponto que considero relevante para o Cristianismo, não que os demais não sejam relevantes, e o ponto destacado aqui é a importancia de tudo que ocorreu na vida de Cristo e sua igreja, nasceu da necessidade do plano e dos propósitos de Deus. A grande enfase é também o Espírito Santo que por meio de Jesus Cristo realizaria a obra e a edificação da sua Igreja.                                                                                                                                                                          

terça-feira, 18 de junho de 2013

Capítulo 15 – O plano da promessa e o reino de Deus

Resumido por Glairton Santiago

Os evangelhos de Mateus e Marcos (63-65 d.C.)

Neste capítulo, o autor inicia sua explanação comentando o fato de os três primeiros evangelhos serem considerados Evangelhos Sinóticos (do grego synopsis que significa “ver em conjunto”); são considerados parecidos em sua estrutura, conteúdo e tom, em contraste com o evangelho de João, entretanto, cada um deles seguindo um plano e propósitos próprios de abordagem.

O evangelho de Marcos: Jesus, um resgate para muitos
A autoria do livro que leva o nome de Marcos assim foi atribuída a partir de testemunhos antiquíssimos como o de Papias (bispo de hierápolis) em cerca de 125 d.C. e de Justino Mártir, por volta de 150 d.C. Ambos ensinaram que Marcos anotou as lembranças que Pedro tinha dos eventos que testemunhara como discípulo de Jesus. Segundo o autor, Marcos conheceu Barnabé e Pedro na igreja de Antioquia, em 46 d.C.

A vida de Cristo como resgate
O propósito deste evangelho era apresentar a Cristo como tendo sido  entregue por Deus, de algum modo, em “resgate de muitos” (Mc 10:45). Kaiser argumenta que Marcos, ao colocar essa declaração no coração do seu evangelho, o divide em duas partes: na primeira, o autor enfatiza o caráter de servo de jesus; na segunda, vê-se como cristo se movimenta incansavelmente até culminar com os eventos da Semana da Paixão.
Neste caminho, o autor continua dizendo que Marcos se atém ao ministério de Jesus e ao seu impacto sobre as pessoas.
Kaiser destaca que a palavra “resgate” estava associada, naquela época, ao preço pago pelos escravos libertos ou pelos que haviam sido reféns, faz a partir daí, uma analogia ao fato de Cristo ter dado sua vida em troca da libertação de outros; destaca, ainda, que este era o argumento de Marcos.

O reino de Deus
Nesta sessão do capítulo, Kaiser destaca o anúncio da chegada do reino de Deus, no começo do evangelho de Marcos. Continua dizendo que o evangelista apresenta esse reino em oposição direta a Satanás e seus emissários e destaca que é isso que torna surpreendente a humilhação de Cristo.
Quando do tempo da chegada desse reino, Marcos coloca que em primeiro lugar deverão sobrevir dias de tribulação como nunca houve desde que Deus criou o mundo para que em seguida o enigma entre a humilhação de Cristo e sua autoridade dominante fiquem claros.

O Evangelho de Mateus: o reino de Deus
Neste ponto, Kaiser explica que a autoria deste evangelho é atribuída a Levi filho de Alfeu (que tem como segundo nome Mateus) por conta de uma declaração de Papias (cerca de 125 d.C.), segunda a qual Mateus era o autor deste evangelho.
Baseado no posicionamento de vários estudiosos, o autor  apresenta a estrutura do Evangelho de Mateus em cinco blocos de ensinamentos:

I.                   A ética do reino
II.                A autoridade do reino
III.             O programa do reino
IV.             A reação do rei à oposição
V.                O futuro do reino

O Messias de Davi
Aqui, Kaiser destaca que Jesus aparece de imediato em Mateus como descendente legal de Davi e de Abraão e que, portanto, Jesus era o “filho” de Davi e o Filho de Deus.
O autor assevera que muitos dos eventos da vida de Jesus, haviam sido previstos no desenrolar do plano da promessa de Deus no Antigo Testamento, conforme o quadro a seguir:

Local de nascimento de Jesus – Mq 5:2 à Mt 2:6
Jesus nasceria de uma virgem – Is 7:14 à Mt 1:18
Fuga para o Egito – Os 11:1 à Mt 2:13
Massacre dos inocentes – Jr 31:15 à Mt 2:17
Residência em Nazaré – Is 11:1 à Mt 2:23
Anunciado por João – Is 40:3 à Mt 3:3
Ministério na Galiléia – Is 9:1-2 à Mt 4:14-16
Cura dos enfermos – Is 42:1-4 à Mt 12:17-21
Entrada em Jerusalem – Zc 9:9 à Mt 21:5
Traição de Jesus – Sl 41:9 à Mt 26:24

O reino de Deus
Kaiser ressalta que Mateus usou mais a expressão “reino do céu” do que “reino de Deus” em seu evangelho e atribui a esta realidade, o fato de que Mateus escreveu para um público judeu e enxerga aí uma sensibilidade da parte dele ao evitar o nome de Deus, para que ninguém usasse seu nome inadvertidamente.
Diante do problema que poderia ser suscitado por conta da questão acerca de que “reino” era esse anunciado sendo diferente daquilo que tinham experimentado até então, Kaiser explica que, em primeiro lugar, o reino de Deus era expressão usada de modo que descrevia todas as benção de Deus que as pessoas experimentavam em sua salvação e em segundo lugar, o próprio conhecer a verdade do evangelho era como “conhecer os mistérios do reino dos céu” (Mt 13:11). Em outras palavras, o que começara como governo e reino espiritual no coração dos crentes, um dia se estenderia por todos os confins do universo sem quaisquer bolsões de resistência ou oposição econômica ou política.
Ao se referir aos sinais do reino de Deus, o autor afirma, que estes, nada mais são do que símbolos de como será finalmente o reino de Deus em toda a sua plenitude em um futuro do qual somente Deus sabe a hora e o momento exatos.

A lei e o reino
Kaiser ressalta que somente o evangelho de Mateus discute a lei; segue destacando o posicionamento de Jesus quando Ele declara que nem ele nem sua missão aboliam a lei, mas, pelo contrário, Seu propósito era cumpri-la.
Ao fazer referência as antíteses de Mateus (“ouvistes que foi dito... Eu porém vos digo”), Kaiser explica que Jesus estava corrigindo as tradições orais que se acumularam em torno da lei.

Israel, a igreja e o reino
Neste tópico o autor afirma que “a parte mais difícil do livro de Mateus diz respeito à circunscrição da missão de Jesus e dos discípulos ao povo judeu. Segue mostrando que ao mesmo tempo em que Jesus enviava seus discípulos ás “ovelhas perdidas da casa de Israel”, ele também afirmava a missão aos gentios de “todas as nações”, ou seja, embora a missão aos judeus tenha precedência, a missão aos gentios não é negligenciada.
Neste cenário, Kaiser afirma que Deus de modo algum deixou de tratar com Israel e usa a carta de Paulo aos Romanos em que o apostolo diz que a promessa feita por Deus a Israel há muito tempo continuava “irrevogável” (Rm 11:29).

A promessa e a igreja
Kaiser ressalta que o único evangelho que menciona a palavra “igreja” é o evangelho de Mateus. Diz que este é o primeiro a mostrar que a igreja seria o instrumento permanente de Deus para segui-lo e para promover a reconciliação de toda e qualquer infração de conduta, problemas étnicos, etc.
Finaliza concluindo que em Marcos, é apresentado o modelo da história básica de Jesus, destacando que Ele veio para dar sua vida em resgate de muitos; e o evangelho de Mateus é o evangelho do cumprimento; é o evangelho do reino de Deus e da providencia eclesiástica; e é, também, o que integrou lei e evangelho preparando o mundo para a introdução da igreja de Cristo.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Epílogo


Autor: Edwin Pitanga


No epílogo de seu livro O Plano da Promessa de Deus, Walter C. Kaiser Jr. começa fazendo uma citação de William J. Beecher sobre a conexão entre AT e NT, mostrando que no AT já haviam várias predições do Messias, mesmo não sendo claro quem Ele seria.


A Palavra-Chave do NT para o AT

Segundo o autor, o apóstolo Paulo, tinha a certeza de que a promessa feita por Deus era única, citando At 26.6-7, a mesma promessa feita a Abraão diferenciando a percepção das pessoas, sobre como perceberiam o seu cumprimento, total ou parcial, dependendo da época em que receberam essa promessa.
Kaiser faz questão de falar sobre o problema em que alguns autores falam sobre “promessas” e não uma só promessa, mas ele destaca que essa promessa única de Deus era plural e por isso muitos autores preferiam utilizar o termo “promessas”. Ele também destaca que os autores do NT, tinham a visão de promessa única, como por exemplo o evangelho aos gentios (Gl 3.8,14,29; Ef 1.13; 2.12; 3.6-7) culminando com a maior de todas as promessas, Jesus Cristo, Assim também como os crentes do século I já criam que a promessa era irrevogável e imutável para eles também.


A Unidade do AT e do NT

Kaiser escreve que no começo do cristianismo, devido a falta de entendimento de algumas partes das Escritura, houveram tentativas, embora que frustradas de separar o cânon e até mesmo rejeitar parte da Escritura.
Na tentativa de defender a unidade entre o AT e o NT, algumas teoria modernas surgiram, alguns propuseram que o NT seria apenas um glossário de termos, outros que o NT era a verdadeira bíblia cristã e o AT o seu pressuposto não cristão. Diante dessa problemática Kaiser diz que devemos rejeitar quaisquer imposições externas a bíblia, assim como apenas uma parte do cânon.


A Aliança Melhor

Sobre a aliança melhor que é dita no livro de Hebreus, o autor começa falando que as imperfeições atribuídas a lei mosaica, não havia sido por parte de Deus, mas sim porque a obsolência de algumas provisões já eram deliberadamente planejadas.
O autor continua falando sobre a nova aliança, no aspecto de que Deus renovou a sua aliança e que nada foi apagado ou descartado, portanto assim a aliança não era totalmente “nova”. Segundo o autor a nova aliança realizou apenas as promessas espirituais, mesmo agora sendo derrubadas as barreiras de separação, ainda serão cumpridas as promessas nacionais a nação de Israel e também cita que Paulo em sua carta aos Efésios, fala que os crentes enxertados agora também são participantes das promessas, mas destaca que foram admitidos a “parte das bênçãos de Deus de Israel.

Finalizando o epílogo do livro, o autor conclui que ainda persiste a expectativa da conclusão total das promessas a nação de Israel nos novos céus e nova terra no futuro.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Cap 20 - O Plano da promessa e o evangelho do reino
O evangelho de João; 1, 2, 3 João; Apocalipse

Adalberto Mesquita

            Neste capítulo, Kaiser inicia com um breve resumo da vida de João o “discípulo a quem Jesus amava” e como possível discípulo de João Batista. O tema central dos livros é a revelação de Jesus, seu testemunho e feitos para relato ao mundo, na intenção evangelística.
            Na narrativa do evangelho de João, segundo o autor, é dividido em uma defesa de que Jesus era o Messias da promessa, demonstrado através de seus sinais e maravilhas e sua referência do “Eu sou” em todos os sinais; uma despedida de Cristo aos discípulos e a preparação de seus ministérios; a narrativa da Paixão e por último a ressureição de Cristo. João define Jesus como o Verbo, não de maneira filosófica, mas de maneira literal se referindo a Ele na criação pela palavra, estando presente na criação como criador. Em seguida apresenta Jesus como o Messias, onde João sendo o único a usar o termo aramaico/hebraico de Messias com sua tradução para o grego de Christos, a promessa da semente da mulher e da semente de Abrahão no antigo testamento, sendo anunciado por João Batista, que afirmava que já estava no meio dos homens e pelo próprio Jesus que se dizia a luz do mundo, em alusão ao que os rabinos ensinavam como Luz sendo o nome do Messias, e em outras passagens como a de Marta reconhecendo no cap 11.27 que Ele era o Cristo o filho do Deus vivo que deveria vir ao mundo. Esse Messias, também apresentado como filho do homem e filho de Deus, tendo como fonte, no caso do termo filho do homem, Daniel 7.13 que descreve o mesmo vindo sobre as nuvens, sendo esse título usado somente por nosso Senhor, assim também João destaca Jesus como filho de Deus unigênito durante todo o escrito, ocupando uma categoria única em todas as formas. A importância de Jesus como sendo o cordeiro de Deus, descrito na promessa para retirar o pecado do mundo, também se faz presente e narrado em João, além de seu testemunho de Cristo e suas declarações, que testemunha do Pai e o Espírito que testemunha o Filho. Outro importante assunto no livro é o Deus Espírito Santo, que é descrito através de sua descida em Jesus no batismo, na explicação do novo nascimento da água e do Espírito a Nicodemos, além do outro consolador deixado após o Filho subir aos céus.
            Nas epístolas 1, 2, 3 de João, é descrito em diversos aspectos, como mostra Kaiser, em amor pelos irmãos, a fé em Jesus, ensinando o dever de se apegar ao que foi anunciado desde o início, ou seja, na promessa de Cristo da sua volta e o amor a Deus sendo demonstrado através do amor aos irmãos em Cristo, assim como sua hospitalidade aos missionários e mestres. Também a cerca da exortação aos falsos ensinamentos e a confissão do Homem da promessa. E por fim a revelação do Apocalipse que apresenta uma unidade consistente, com alusões do Antigo Testamento. Levando o tema central de Cristo crucificado, ressurreto e glorificado, assim como o plano de sua promessa.
João descreve de forma expressiva e contundente o Cristo salvador e a necessidade de confessar e acreditar em sua vida terrena, seus feitos e suas promessas como homem e filho de Deus.

quarta-feira, 8 de maio de 2013



Capítulo 14 - O PLANO DA PROMESSA E AS EPÍSTOLAS PAULINAS DA PRISÃO

Colossenses: a primazia de Jesus e a nova vida em Cristo
Kaise diz que Colossos era uma de três cidades-irmãs(Laodiceia e Hierápolis eram as outras), tendo elas acolhido o evangelho praticamente na mesma época(Cl 4.13). E que as igrejas dessas cidades não foram fundadas pelo apóstolo Paulo, mas provavelmente por Epafras, natural de Colossos. Ele certamente conheceu Paulo (e pode ter sido convertido pelo apóstolo) no tempo em que este permaneceu em Éfeso.

O evangelho, palavra da verdade
A boas novas, cuja origem remonta certamente à promessa feita a Abraão, aparecem aqui solidamente associadas à “palavra da verdade” (Cl 1.5). Essa verdade trazia junto também uma “esperança” (1.5a , metonímia de “uma herança”), “que para vós está reservada no céu “ por Deus(1.5). Essas boas novas compreendiam, entre outras coisas, a inclusão dos gentios como “povo de Deus” (1.27; Gn 12.3; Is 42. 1-4). Havia nisso uma sintonia com a expressão mais antiga do conteúdo do evangelho.

A supremacia de Cristo
De acordo com Kaiser, a supremacia de Cristo na criação é expressa em frases como “imagem do Deus invisível”, “primogênito sobre toda a criação” (Cl 1.15), e na descrição da sua obra, “porque nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis” (1.16). O titulo de primogênito ressaltava a preeminência do filho em posição e prioridade em relação a toda origem. Não queria dizer que o Filho fora o primeiro objeto da criação divina, criado antes de Deus criar o mundo. A ideia de “primogênito” como “primeiro em posição”, “primeiro em preeminência”, e não “primeiro em ordem cronológica” fica evidente no fato de que Jacó (mais tarde chamado de Israel) foi o segundo filho de Isaque e Rebeca; no entanto, ele é chamado de “primogênito” em Êxodo 4.22, tal como Davi, o precursor do Messias, no Salmo 89.27.
Cristo excede toda sabedoria, porque ele é uma pessoa eterna, não criada, que se encarnou incorporando todos os atributos divinos. Ele é soberano
do reino a que os santos pertencem; portanto, sua supremacia se estende a todas as coisas.

Nova vida em Cristo
Uma nova humanidade se formou como consequência de as pessoas terem se revestido “do novo homem, que se renova para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou” (Cl 3.10)
Os crentes foram ressuscitados com Cristo, assim, sua mente e coração estão voltados para as “coisas de cima” e não para as “que são da terra”. São pessoas novas em Cristo Jesus.

A heresia colossense
Não se sabe ao certo se a heresia exposta era de natureza helênica ou judaica. Talvez fosse um pouco das duas coisas, uma mistura eclética de ideias, mas era cedo demais para encontrar aqui alguma forma cristã consolidada de gnosticismo do século II. Tratava-se, contudo, de “filosofias vãs e enganasas”.
Não dando a essas tendências uma visibilidade, Paulo foi além de todas as asserções especulativas e anunciou que Cristo era o “primogênito” e razão de tudo ser criado.

Filemon: comunhão alicerçada no evangelho
Kaiser discorre que, Paulo escreve esta carta particular a Filemon, quando estava na prisão (Fm 9). Ele, Filemon, fora ganho para Cristo pelo ministério de Paulo durante a longa permanência do apóstolo em Éfeso(At 19.26).
Filemon tinha um escravo chamado Onésimo, que fugira. A carta foi escrita nesse contexto.
Na nova humanidade que Deus reunira em seu corpo, a igreja, todo tipo de barreira econômica, social, política e racial havia sido derrubada. Existia uma comunhão (koinonia, Fm 6-17) que ia muito além da simples tolerância com quem era diferente. Essa unidade em Cristo deu novo status a cada membro do corpo que desafiava as normas culturais da época (e de todas as épocas desde então). Paulo expõe o motivo porque
escreveu essa carta em Filemom 6; certamente essa comunhão se refere à participação em Cristo que permite aos crentes se envolverem uns com os outros em um compatilhamento que jamais sonharam ser possível antes de se converterem.
A comunhão, neste caso, implicaria o perdão de Filemom a Onésimo, a plena reconciliação dos dois em um ambiente de harmonia entre todos os que participavam da igreja que se reunia na casa de Filemom.
Paulo vai direto ao ponto “Se, portanto, me consideras companheiro, recebe-o, como se fosse a mim mesmo”(Fm versículo 17). Assim, parece que Filemom não só perdoou, de fato, a seu escravo recém-convertido, como também o recebeu como verdadeiro irmão em Cristo.

Efésios: o mistério de Deus
Kaiser aponta que Paulo, quando ainda estava na prisão em Roma, identificou-se como o autor da carta aos santos em Éfeso.
A carta foi enviada por intermédio de Tíquico, que acompanhara Paulo em parte de sua terceira viagem missionária.
Diferentemente da maior parte das outras treze (ou quatorze) epístolas de Paulo, Éfesios não apresenta nenhuma questão ou propósito urgente explicitado na carta. Chama atenção de maneira especial a ênfase de Paulo no ‘’mistério de Cristo’’.

O mistério de Cristo
Cristo era a fonte da paz (2.14), não apenas de uma mera tranquilidade dispensada a cada um, mas de reconciliação racial entre judeus e gentios.
Jesus destruiu a parede da separação que havia sido erguida no templo. Em seu lugar, ele criou uma humanidade inteiramente nova constituída de judeus e gentios reunidos em um só corpo.
Portanto a grande verdade a ser mais plenamente revelada era o ‘mistério de Cristo’ (3.4), ‘que em outras gerações não foi manifestado aos homens, da forma como se revelou agora no Espirito aos seus santos apóstolos e profetas’ (3.5)

O propósito dessa revelação do mistério que estava no âmago da pregação paulina consistia em tornar “as riquezas insondáveis de Cristo’’, acessíveis a todos os gentios à igreja de Deus.

A igreja e o Espírito Santo
O livro de Efésios enfatizou muito também o “Espirito Santo da promessa” (1.13), que estava no coração da igreja (1.13; 2.18; 3.5,16; 4.3, 4.30; 5.18; 6.17). O Espírito Santo na vida do crente, disse Paulo, era o “anel de compromisso” divino de que ele completaria sua obra de salvar homens e mulheres até o dia da ressureição.
O Espírito Santo era também o meio pelo qual temos acesso ao Pai (2.18-22). Além disso, ele era a fonte da unidade de todos os crentes, no passado e no presente, próximos ou distantes, étnica e culturalmente semelhantes ou não.

A armadura de Deus
O autor, Kaiser, afirma que Paulo conclui essa ênfase tripla sobre a riqueza, a caminhada, e a armadura do crente, mostrando de que maneira os crentes deveriam se equipar para resistir às investidas do inimigo na batalha espiritual.
Faziam parte dessa armadura completa: o cinto da verdade, a couraça da justiça e o capacete da salvação. As armas ofensivas eram a espada do Espírito, que é a palavra de Deus, e a oração por todos os santos e por Paulo, para que ele pudesse “tornar conhecido o mistério do evangelho” (6.19). Paulo, escrevendo aos efésios, queria ver a nova humanidade de Deus trabalhando e operando no poder e na bênção de Deus. Todas as barreiras deveriam ser postas abaixo imediatamente, e Cristo, exaltado acima de todas as coisas.

Filipenses: imitação de Cristo
Segundo Kaiser, a fé cristã provavelmente chegou a Filipos pela primeira vez por volta de fins do ano 50 d.C., quando o apóstolo Paulo atendeu ao apelo do macedônio que apareceu em visão.
Cinco anos depois, no outono de 55 d.C., Paulo visitou novamente a Macedônia e esteve em Filipos. Na primeira do ano seguinte, quando
voltava para Jerusalém, o apóstolo comemorou novamente a Páscoa em Filipos na companhia dos crentes (20.6).
Paulo escreveu a carta aos filipenses na prisão (Fp 1.7, 13, 17), embora não tenha mencionado em cidade estava.
Os objetivos de Paulo ao escrever esta carta, porque havia vários, tinham como propósito agradecer pela ajuda monetária que essa igreja tinha enviado pelas mãos de Epafrodito, “para me socorrer nas minhas necessidades” (2.25; 4.14-18); informar sobre a gravidade do estado de saúde de Epafrodito (2.29-30), que agora estava recuperado; informar sobre a situação em que o apóstolo se encontrava; apelar às duas mulheres em conflito para que se reconciliassem e permanecessem unidas (4.2-3); e recomendá-los a Timóteo, que se preparava para visitá-los (2.19-24). Contudo, o que Paulo queria dizer-lhes, mais do que tudo, era que imitassem a Cristo (2.5-11).
A imitação de Cristo
Não há duvida de que Jesus Cristo dá o tom ao livro de Filipenses e esta no centro de sua argumentação. Não há duvida também de que o hino do capitulo 2, versículo 6 a 11, é tanto o ponto alto quanto o que Paulo queria dizer de mais importante a esses destinatários tão receptivos à mensagem que ele pregara.
Em vez de preocupar-se com seus próprios interesses, os crentes deveriam demonstrar o mesmo tipo de humildade e altruísmo que Jesus demonstrara (2.4-5). Isso levou ao corolário magnífico dessa reflexão, comumente conhecido como “passagem da kenosis” em razão da palavra-chave (ekenosen) encontrada em Filipenses 2.7: “Jesus se reduziu a nada” (LEB), “esvaziou a si mesmo”.
A encarnação de nosso Senhor é notável, sobretudo quando nos lembramos  de que Jesus, por sua própria natureza, era nada menos do que o próprio Deus. Todavia, esse status elevado e a plena igualdade de que ele desfrutava  junto de Deus antes da encarnação não eram algo em que ele insistisse ou que explorasse à guisa de pretexto para não descer à terra, viver e morrer pela salvação dos mortais (2.6b).

O contraste, portanto, consistia em colocar diante dos nosso olhos a posição de suprema autoridade de Jesus e a pessoa que ele se deleitava em ser antes de encarnar, contrastando-a com a forma pela qual ele se tornou humano e experimentou o mais profundo sofrimento ao suportar nossos pecados em obediência a Deus. Sim, ele foi “obediente até a morte, e morte de cruz” (2.8b).
Deus o exaltou sobremaneira e deu-lhe nome que está acima de todo nome (2.2-10). Portanto, aqui está a representação do Cristo exaltado, agora na glória do Pai. Esse foi o modelo que Paulo colocou diante de Evódia e Síntique, que viviam às turras. Elas e todos os demais crentes precisavam de mentalidade e de atitude totalmente novas (2.5) que imitassem como Cristo agira e vivera. Esse é o tipo de relacionamento que Cristo queria que seu corpo, a igreja, tivesse.
Paulo queria certificar-se de que nada que acontecesse a ele, ou aos filipenses, afetasse a causa de Cristo, ou do evangelho (Fp 1.27-30; 3.1 – 4.9). Esse evangelho era o coração e alma de tudo o que eles, juntos, representavam em Cristo. Juntos, não individualmente.
Filipenses, epístola tão cheia de contentamento, deixou claro qual era o prêmio para o qual todos os crentes são chamados: “alcançar aquilo para que também fui alcançado por Cristo Jesus” (3.12-14). Paulo expôs uma cristologia de vocação celestial do evangelho.

Aluno: Thalison Evangelista